Uma noite com Jorge Mautner: conversa solta e inspirada

                                                                Fotos Ana Alvarenga

Com alegria saudamos Jorge Mautner, nosso companheiro da noite de ontem, ao lado de mais de 120 pessoas que estiveram no Café 104. Em sua fala, lembranças, leituras, reflexões, devaneios, marcações do que ele acredita para a arte, para o país, para a vida. Logo de início ele lembrou a “poesia direta” do candomblé que ele conheceu aos 7 anos, apresentado pela babá. O pai europeu rigoroso deixou o gosto pela leitura. O padrasto violinista trouxe o interesse pela música e as caminhadas, vivências e encontros deram a ele asas para criar uma obra original e vigorosa.

Abraço em admiradora ao final da conversa

A carreira de Mautner sempre caminhou ao lado da militância, inclusive na música. Ele é chamado de o avô do tropicalismo, influenciador de artistas, como Gilberto Gil e Caetano Veloso. Mautner lembrou que compõe desde 1958 e nesse caminho ele viu muitas transformações – com o mundo e consigo, mas ele mantém o otimismo e a crença no que ele chama de amálgama formador da identidade brasileira. As pessoas queriam saber de suas influências, suas opiniões sobre filosofia, sua visão do mundo atual. A tudo ele respondeu com gentileza e inteligência, no seu estilo irreverente e particular. 


Ecos da conversa com Mautner:

Sobre encontros ao longo da vida: “As pessoas queridas moram nos nossos neurônios para sempre”.




Arte e pensamento: “A arte é a própria vida, não é isso? Essas divisões são erradas. Nos nossos neurônios é tudo simultâneo. E vocês vão fazer tudo novo. Vocês já têm os neurônios saltitantes.”

“O que domina tudo é a paixão. Nem o pensamento é contra o sentimento. Ele também é sentimento.”

Um livro indicado pelo Mautner: Corpos Pagãos, de Mário Câmara (Ed UFMG). 


Público lotou o café 104 para ouvir as palavras de Mautner







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